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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-85-8122-659-0
Editora: Rocco Digital
A atividade empreendedora envolve riscos. Tal como atravessar a rua, beber, comer, nascer, casar. No entanto, um dos maiores riscos talvez seja o de passar pela vida sem se arriscar em nenhum momento.
Isto é, ao não tentar um empreendimento e obter resultados positivos, você nunca entenderá plenamente que a necessidade é, de fato, a fonte da energia e da criatividade na vida.
Muitas das melhores ideias para negócios que já surgiram originaram-se de alguém que, em um dado momento, enfrentava uma dificuldade ou tinha que superar um grande desafio. Qual o caminho?
Para Silva, tudo deve começar pelo autoconhecimento, ou seja, entender o que gostaria de realizar e o que faz bem. Na sequência, basta estudar o mercado, os possíveis clientes, os indivíduos que lhe rodeiam, identificando eventuais necessidades desatendidas.
Em outras situações, você pode encontrar ofertas já existentes, expressas em serviços e/ou produtos, e apresentá-las aos compradores de uma forma diferente, de um modo mais adequado ao que eles querem ou precisam.
Por exemplo, é possível que encontre a necessidade de prestar um determinado serviço com mais qualidade, mais barato ou mais rápido. O autor enfatiza, por exemplo, que essa busca pode conduzi-lo a identificar a oportunidade de cobrar, até mesmo, um pouco a mais por oferecer um atendimento superior ou um produto “premium”.
Em suma, a única constante, no âmbito do empreendedorismo, é a complexidade de elaborar uma ideia original, uma chance de êxito onde outras pessoas não enxergam nada. Depois, é imprescindível se preparar, entrando no jogo para ganhar.
Você está pensando na possibilidade de abandonar o seu emprego atual e abrir o próprio negócio? Nesse caso, leve em consideração que empreender, antes de mais nada, implica em remar contra a maré, indo contra tudo e todos. Ao tomar essa decisão, você atira o seu rosto contra um muro que estava colocado ali muito antes de sua chegada.
Esse muro sempre oferecerá resistência. Para piorar, é o seu corpo que será arremessado contra ele. Esse bloqueio metafórico representa todos os elementos postos no ambiente em que deseja ingressar com o seu negócio. Trata-se do “establishment”.
Assim como não existem espaços de poder vazios, tampouco há vácuo no mundo do empreendedorismo, nas carteiras de fornecedores e clientes e na forma pela qual os recursos econômicos em circulação são divididos entre as empresas. Por esse motivo, a vida não é nada fácil para os iniciantes.
Portanto, os novos empreendedores quase nunca são recebidos com champanhes e rosas. Na realidade, tende a ocorrer exatamente o contrário. Não porque as pessoas sejam menos ou mais simpáticas. Essa questão não é pessoal. Simplesmente, quem está na área tende a rejeitar qualquer um que deseje entrar.
O instinto de sobrevivência e a defesa de território prevalecem. O novo é percebido como uma ameaça. Para piorar, ninguém lhe conhece ainda. Os atuais competidores são encarados de um modo mais benigno, todos sabem quem são (já foram mensurados) e conhecem seus pontos fortes e fracos.
Contudo, os novos competidores podem ter tanto sucesso que acarretará no infortúnio dos concorrentes. A sua mera existência pode forçar outras empresas a repartirem os ganhos, logo, quem já empreende não colabora muito com as pessoas que estão começando a trilhar esse caminho.
Obviamente, sempre existem brechas. O problema é que esses espaços são raros, ásperos e estreitos. Às vezes, os clientes comemoram a entrada de novos fornecedores. Uma nova oferta no mercado pode atender perfeitamente uma demanda que, até o momento, ninguém supre satisfatoriamente.
Muitos consumidores gostam, por exemplo, de ter uma marca nova para testar a sua lealdade e os seus hábitos. Em suma, porém, a inércia não joga a favor de quem está chegando. Afinal, a nova presença gera mais riscos e mais trabalho para todos os envolvidos.
Agora que chegamos na metade da leitura, vamos nos aprofundar em três aspectos essenciais da atividade empreendedora, de acordo com Silva: a importância de superar a vergonha de vender, a capacidade de liderar e, ainda, a necessidade de manter a competitividade da sua empresa.
O nosso autor enfatiza que todas as pessoas vendem alguma coisa. Afinal, é dessa forma que estabelecemos conexões econômicas com os outros, mediante as trocas de valor. Se você tem algo de que eu preciso e eu possuo algo que você necessita ou deseja, então, um processo de vendas é estabelecido. Isso ocorre o tempo todo.
Tenha em mente que não há mal nenhum nisso. Na verdade, somente não temos consciência de que esse processo está sempre acontecendo ou naturalidade em admitir tal fato.
Às vezes, consideramos que é “feio” ou “desagradável” vender. Outras pessoas podem achar que vender requer uma competência extraterrestre. Contudo, estamos, a cada instante, nos esforçando para sermos “comprados” pelos outros.
Essa conceituação do autor não se reduz aos nossos serviços, produtos ou força de trabalho. Na prática, queremos conquistar, também, a estima de chefes e pais, o amor da pessoa que nos interessa, a admiração dos demais.
Desejamos que as pessoas torçam por nosso time, concordem com as nossas ideias, votem em nosso candidato. Queremos influência, preferência, audiência. Desse modo, quem almeja ter um lugar ao sol e quer ser aceito, precisará aprender a vender o produto essencial, qual seja, a si mesmo.
Um dos maiores problemas de vender, logo, não consiste na venda em si, mas em comercializar algo que não possui valor para os outros. Outro dos maiores problemas pode ser encontrado no ato de vender e deixar de entregar.
As vendas devem ser fundamentadas no oferecimento de soluções reais aos compradores, e não para resolver um dilema ou superar um problema seu. Quando entrega a alguém o que esta pessoa necessita, suprindo-lhe uma carência, ela lhe será grata eternamente pela “venda” que você realizou.
Não se esqueça de que, ao vender, não incomodará ninguém. Antes, levará uma benção às pessoas. Os bons empreendedores sabem que a função elementar de todas as empresas é, precisamente, vender. Pois, não existe negócio sem faturamento, não é mesmo?
Portanto, qualquer profissional que queira ser relevante em relação ao seu negócio terá que colaborar para o sucesso das vendas, empenhando-se em gerar impactos positivos no faturamento.
Embora o corte de custos também agregue valor ao negócio, ajudando a melhorar as margens de lucro, o mais importante é entregar direito, dentro do prazo e com qualidade, aquilo que você vendeu. Não obstante, o faturamento representa uma necessidade anterior.
Em outras palavras, sem vendas e receitas, não há empresa que sobreviva. Consequentemente, não existirão custos a serem cortados, talentos para lapidar, serviços ou produtos para entregar com excelência. Lembre-se disso caso, por algum motivo, se sentir constrangido em sua próxima tentativa de venda.
De modo geral, as funções dos empreendedores podem ser reduzidas, segundo o autor, a duas coisas. A primeira delas consiste em manter os seus negócios vivos. Com efeito, essa é a missão principal do líder empresarial: assegurar a sobrevivência de sua organização.
Essa relação entre o criador e sua iniciativa é comparada, em boa medida, com a afinidade existente entre pais e filhos. Se você é pai ou mãe, sabe que nunca medirá esforços para que a sua filha ou filho tenha saúde, autonomia, cumpra seu potencial, seja feliz e querido pelos outros.
Para que isso se concretize é necessário, de acordo com Silva, “correr pelo campo sem posição definida”. Como empresário, o seu trabalho é fazer tudo o que for preciso.
Em segundo lugar, devemos levar em consideração a necessidade de liderar. Para tanto, você deve dar o exemplo e inspirar os seus colaboradores, apontando o rumo e sendo o primeiro a seguir nessa direção.
Isto é, a liderança pode ser definida como o estímulo permanente a quem trabalha ao seu lado, motivando-os a realizarem feitos que eles nem sabiam que eram capazes. Essa condição só pode ser alcançada quando você deposita confiança no outro, pois a estima dos líderes gera autoestima em todos os membros da equipe.
Transmita segurança aos demais, ainda que você mesmo esteja inseguro. Dessa forma, criará o clima de tranquilidade imprescindível para que um bom trabalho seja feito. Visando assegurar essa situação, o líder atua como filtro, barrando as pressões externas e protegendo o ambiente interno.
Seja claro e estabeleça comunicações simples e eficientes, cobrando e cumprindo os compromissos assumidos. Quem está na sua empresa não pode ter dúvidas quanto ao que não será tolerado. Do mesmo modo, todos devem ter ciência de quais são os objetivos a atingir.
Opere com regras que valem para todos, utilizando o “mesmo peso e a mesma medida”. Ou seja, as regras que se aplicam ao menos graduado colaborador devem ser usadas para você também.
A empresa tem um bom líder quando ele confere a todos a exata sensação de que “ninguém está de fora” e todos sabem a respeito de tudo o que está acontecendo. Esse comandante dissemina em seu negócio a certeza de que cada funcionário é de grande importância, agindo de forma transparente, sem conversas paralelas ou favorecimentos.
Não importa se você tem centenas de funcionários ou apenas um ajudante: esteja sempre próximo, desça do “pedestal” e se mostre acessível. Esforce-se para esclarecer, dialogar, responder e, principalmente, ouvir atentamente.
Cumpre ressaltar, por fim, que o autor enfatiza a necessidade de gerenciar três tipos diferentes de recursos financeiros: do hedonista, do empresário e o dos sonhos. Este é o montante que você não deve mexer, ou seja, é o dinheiro para cobrir os estudos dos filhos, eventuais problemas de saúde, aposentadoria, dentre outros.
Os recursos do empresário, por sua vez, é o dinheiro que você gira, investindo na empresa, comprando ações, pagando fornecedores, consertando a impressora, adquirindo um notebook etc.
Por último, os recursos hedonistas são aqueles que você utiliza para obter prazer e viver bem. Com esse dinheiro, você deve gerar todos os momentos felizes que puder para sua família e para si mesmo.
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Adriano Silva nasceu em Porto Alegre em 1971. Jornalista, fez carreira em cargos de direção na Editora Abril e na TV Globo. Deixou a vida executiva para empreender. É publisher do Projeto Draft e curador da Academia Draft. Pela Editora Rocco,... (Leia mais)
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